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quinta-feira, 7 de junho de 2012






Crenças


Declara Allan Kardec: “A crença é um ato de entendimento
que, por isso mesmo, não pode ser imposta”.
E ousamos acrescentar que isso ocorre, porquanto cada
consciência cultiva a fé segundo o degrau evolutivo em que se
coloca ou de conformidade com a posição circunstancial em que
vive.
*
Não seria justo violentar o cérebro da criança, ao peso de
indagações filosóficas, porque lhe não aceitemos as convicções
infantis. Faz-se imperioso ouvi-la com paciência, guiando-lhe os
raciocínios para os objetivos da lógica.
É crueldade censurar o náufrago porque se agarre à tábua
lodosa, provisoriamente incapaz de partilhar-nos a embarcação
confortável. Ao invés disso, é forçoso lhe estendamos concurso
fraterno.
Excessos dogmáticos, lances de fanatismo, opiniões
prepotentes, medidas de intolerância e injúrias teológicas podem
ser hoje consideradas por enfermidades das instituições
humanas, destinadas a desaparecer com a terapêutica silenciosa
da evolução e do tempo, embora constituam para todos nós, os
espíritas-cristãos encarnados e desencarnados, constantes
desafios a mais amplo serviço na sementeira da luz.
Sabemos que a individualidade consciente é responsável
pelos próprios destinos; que a Lei funciona em cada espírito,
atribuindo isso ou aquilo a cada um, conforme as próprias obras;
que Deus é o Infinito Amor e a Justiça Perfeita, e que as forças
do Universo não acalentam favoritismo para ninguém. Todavia,
conquanto sustendo a fé raciocinada, nos alicerces do livre
exame, cabem-nos, sem qualquer atitude louvaminheira para
com os tabus e preconceitos que ainda enxameiam no campo
religioso da Terra, o dever de clarear o caminho dos nossos
irmãos de humanidade, em bases de auxílio, de vez que o
Criador concede à criatura os meios indispensáveis para que
efetue por si mesma a própria libertação.
É por isso que Jesus proclamou: “Conhecereis a verdade e a
verdade vos fará livres”.
Não disse o mestre que o mundo já conhecia a verdade, nem
precisou a ocasião em que a verdade será geralmente conhecida
entre os homens. Mas dando a entender que a verdade é luz
divina, conquistada pelo trabalho e pelo merecimento de cada
um, afirmou, simplesmente: “conhecereis”.

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