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sábado, 9 de junho de 2012

Nós mesmos


Nós mesmos

Que é preciso trabalhar na conquista honesta do pão, todos sabemos.
Obrigação para cada um, no edifício social, é problema pacífico.
Não ignoramos, porém, que muitos companheiros do caminho permanecem
à margem, esquecidos na carência, mergulhados na provação, chafurdados na
delinqüência, agoniados no desespero e penitentes na enfermidade...
Quem são, no mundo, os chamados para lhes prestarem socorro, em nome
do Cristo?
Dizes que são os administradores; contudo, os administradores, via de
regra, jazem inquietos, criando verbas e leis.
Dizes que são os políticos; entretanto, freqüentemente, os políticos andam
apreensivos na arregimentação partidária, estudando interesses e decisões.
Dizes que são os cientistas; todavia, os cientistas quase sempre estão
concentrados em suas pesquisas, multiplicando indagações e dúvidas
infindáveis.
Dizes que são os filósofos; mas os filósofos, na maioria das vezes,
respiram encarcerados em suas doutrinas, alentando tribunas e discussões.
Dizes que são os milionários; todavia, os milionários comumente sofrem
responsabilidades sem conta, fiscalizando posses e haveres.
Dizes que são os comerciantes; contudo, os comerciantes, muitas vezes,
caminham absorvidos em suas transações, conjugando assuntos de compra e
venda.
Tão pejados de compromissos vivem na Terra os governantes e os
legisladores, os matemáticos e os intelectuais, os abastados e os negociantes,
que serão todos eles categorizados sempre à conta de filantropos e heróis,
benfeitores e apóstolos, toda vez que forem vistos nas faixas mais simples da
caridade.
Lembra-te de Jesus, quando passou entre os homens cumprindo a Lei de
Deus.
Em circunstância alguma formulou exigências e apelos aos titulados da
Terra.
Em todos os lugares e em todos os serviços, irmanavam-se, Ele e o povo,
na execução da solidariedade em nome do Amor Divino.
Assim, pois, se lembramos Jesus com fidelidade, quem deve alimentar os
famintos e agasalhar os nus, sossegar os aflitos e consolar os que choram,
instruir os ignorantes e apoiar os desfalecentes, antes de qualquer cristão
desmemoriado ou inibido, somos sempre nós mesmos.

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