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quinta-feira, 7 de junho de 2012




Sabes disso


Essas doces crianças que observas, com sublime
enternecimento, são teus filhos, pérolas de luz, cujo escrínio
geraste no coração, muitas vezes coagulando as próprias
lagrimas.
Tomaste algo de teu sangue e amassaste-o com o hálito de teu
hálito, adicionaste os melhores sonhos e os mais límpidos ideais
e formaste semelhantes maravilhas que te nasceram por
esperanças em flor.
Sentindo-as por aves frágeis, em busca de asilo em teu peito,
sabes acolher-lhes as necessidades no carinho incessante.
Dias de laborioso cuidado, preservando-lhes a existência.
Noites de dolorosa vigília, quando a enfermidade aparece.
Alimento, agasalho, escola, responsabilidades e
inquietações...
Entretanto, mais tarde, nunca te lembrarás de cobrar-lhes
impostos de reconhecimento ou exigir se convertam em
fantoches de teus caprichos.
Ver-lhes a honradez e o trabalho, o passo reto e a
independência construtiva representa, em verdade, todo o triunfo
que ambicionas.
E, um dia, dobado longo tempo sobre a tua renuncia, se essas
crianças, transfiguradas em pessoas adultas, caem sob terríveis
enganos, na conquista da experiência, sabes esquecer as rugas de
dor e refazer os ossos desconjuntados... Sabes começar a luta de
novo para ajudar os rebentos da própria vida a se transferirem
das dívidas de aflição para os júbilos do resgate... E a todos os
que te reprovam o devotamento e a fadiga, censurando-te a
persistência no sacrifício, sabes responder, na mesma reserva de
confiança e ternura, com alegria misturada de pranto: “são meus
filhos”.
*
Isso acontece no lar terreno, onde as criaturas humanas,
embora imperfeitas, não se resignam a ferretear os próprios
filhos com o estigma de escravos...
Imagina, pois, a longanimidade do amor que vibra e reina,
infinito, no Lar Divino da Criação!...

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