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sábado, 9 de junho de 2012

não firas o ignorante

Desce elevando

Desce, elevando aqueles que te comungam a convivência, para que a vida
em torno suba igualmente de nível.
Se sabes, não firas o ignorante. Oferece-lhe apoio para que se liberte da
sombra.
Se podes, não oprimas o fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se,
para que se faça mais útil.
Se entesouraste a virtude, não humilhes o companheiro que o vicio
ensandece. Estende-lhe a bênção do amor como adequada medicação.
Se te sentes correto, não censures o irmão transviado em desajustes do
espírito. Dá-lhe o braço fraterno para que se renove.
Se ajudas, não recrimines quem te recebe o socorro. Pão amaldiçoado é
veneno na boca.
Se ensinas, não flageles quem te recebe a lição. Benefício com açoite é
mel em taça candente.
Auxilia em silêncio para que o teu amparo não se converta em tributo
espinhoso na sensibilidade daqueles que te recolhem a dádiva, porque toda
caridade a exibir-se no palanque das conveniências do mundo é sempre
vaidade, em forma de serpe no coração, e toda modéstia que pede o apreço
dos outros, para exprimir-se, é sempre orgulho em forma de lodo nos
escaninhos da alma.
Nesse sentido, não te esqueças do Mestre que desceu, até nós, revelandonos
como sublimar a existência.
Anjo entre os anjos, faz-se pobre criança necessitada do arrimo de singelos
pastores; sábio entre os sábios, transforma-se em amigo anônimo de
pescadores humildes, comungando-lhes a linguagem; instrutor entre os
instrutores, detém-se, bondoso, entre enfermos e aflitos, crianças e mendigos
abandonados, para abraçar-lhes a luta, e, juiz dos juízes, não se revolta por
sofrer no tumulto da praça o iníquo julgamento do povo que o prefere a
Barrabás, para os tormentos imerecidos.
Todavia, por descer, elevando quantos lhe não podiam compreender a
refulgência da altura, é que se fez o caminho de nossa ascensão espiritual, a
verdade de
nosso gradativo aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma
entenebrecida no erro, para a vitória da luz.

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