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sábado, 9 de junho de 2012

Jesus e humildade

Jesus e humildade

Estudando a humildade, vejamos como se comportava Jesus no exercício
da sublime virtude.
Decerto, no tempo em que ao mundo deveria surgir a mensagem da Boa-
Nova, poderia permanecer na glória celeste e fazer-se representar entre os
homens pela pessoa de mensageiros angélicos, mas preferiu descer, Ele
mesmo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe as vicissitudes.
Indubitavelmente, contava com poder bastante para anular a sentença de
Herodes que mandava decepar a cabeça dos recém-natos de sua condição,
com o fim de impedir-lhe a presença; entretanto, afastou-se prudentemente
para longínquo rincão, até que a descabida exigência fosse necessariamente
proscrita.
Dispunha de vastos recursos para se impor em Jerusalém, ao pé dos doutores
que lhe negavam autoridade no ensino das novas revelações; contudo, retirouse
sem mágoa em demanda de remota província, a valer-se dos homens rudes
que lhe acolhiam a palavra consoladora.
Possuía suficiente virtude para humilhar a filha de Magdala, dominada pela
força das sombras; no entanto, silenciou a própria grandeza moral para chamála
docemente ao reajuste da vida.
Atento à própria dignidade, era justo mandasse os discípulos ao encontro
dos sofredores para consolá-los na angústia e sarar-lhes a ulceração; todavia,
não renunciou ao privilégio de seguir, Ele mesmo, em cada canto de estrada, a
fim de ofertar-lhes alívio e esperança, fortaleza e renovação.
Certo, detinha elementos para desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato;
porém, apesar de tudo, conservou-o até o último dia da luta, entre aqueles que
mais amava.
Com uma simples palavra, poderia confundir os juizes que o rebaixavam
perante Barrabás, autor de crimes confessos; contudo, abraçou a cruz da
morte, rogando perdão para os próprios carrascos.
Por fim, poderia condenar Saulo de Tarso, o implacável perseguidor, a
penas soezes, pela intransigência perversa com que aniquilava a plantação do
Evangelho nascente; mas buscou-o, em pessoa, às portas de Damasco,
visitando-lhe o coração, por sabê-lo enganado na direção em que se movia.
Com Jesus, percebemos que a humildade nem sempre surge da pobreza
ou da enfermidade que tanta vez somente significam liçôes regeneradoras, e
sim que o talento celeste é atitude da alma que olvida a própria luz para
levantar os que se arrastam nas trevas e que procura sacrificar a si própria, nos
carreiros empedrados do Mundo, para que os outros aprendam, sem
constrangimento ou barulho, a encontrar o caminho para as bênçãos do Céu

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