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sábado, 9 de junho de 2012

Cadinho

Cadinho

Muitas vezes, na Terra, na posição de cultores da delinqüência,
conseguimos escapar das sentinelas da punição.
Faltas não previstas na legislação terrestre, como sejam certos atos de
crueldade e muitos crimes da ingratidão, muros a dentro de nossa vida
particular, quase sempre acarretam a queda e a perturbação, a enfermidade e
a morte de criaturas que a Divina Bondade nos põe no caminho.
De outra feita, quando positivamente enodoados com o ferrete da culpa,
conseguimos aligeirar nossas penas ou delas nos exonerar, subornando
consciênciaS dolosas, no recinto dos tribunais.
Todavia, a reta justiça nos espera, infalível, e além da morte, ainda mesmo
quando tenhamos legado ao mundo vastas parcelas de cultura e
benemerência, eis que as marcas de ignomínia se nos destacam do ser, então
expostas à Grande Luz.
Nessa crise Inesperada, imploramos nós mesmos retorno e readmissão
nos cursos de trabalho em que se nos desmandaram a deserção e a falência, a
fim de ressarcirmos os débitos que os homens não conheceram, mas que
vibram, obcecantes, no imo de nossas almas.
É assim que voltamos ao cadinho fervente da purgação, retomando nos fios
da consangüinidade a presença daqueles que mais ferimos, para devolver-lhes
em ternura e devotamento os patrimônios dilapidados, rearticulando os elos da
harmonia que nos ligam a todos, na universalidade da vida, perante a Lei.
Reverenciemos, desse modo, no lar humano, não apenas o templo de
carinho em que se nos reabastecem as forças, no exercício do bem eterno,
mas igualmente a rude escola da regeneração, em que retomamos o convívio
dos velhos adversários que nós mesmos criamos, a ressurgirem na forma de
aversões instintivas e desafetos ocultos, que nos constrangem cada hora à
lição da renúncia e à mensagem do sacrifício.
E por mais inquietante se nos afigure a experiência no educandário
doméstico, guardemos, dentro dele, extrema devoção ao dever, perdoando e
ajudando, compreendendo e amparando sem descansar, pois somente aquele
que se engrandeceu, entre as quatro paredes da própria casa, é que pode, em
verdade, servir à obra de Deus no campo vasto do mundo

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