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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Céu




Céu


Aflitiva e longa tem sido a nossa viagem multimilenária,
através da reencarnação, a fim de que venhamos a entender o
conceito de céu.
Entre os chineses de épocas venerandas, afiançávamos que a
imortalidade era a absoluta integração com os antepassados.
Na Índia bramânica, admitíamos que o éden fosse a condição
privilegiada de alguns eleitos, na pureza intocável dos cimos.
No Egito remoto, imaginávamos que a glória, na Esfera
Espiritual, consistisse na intimidade com os deuses particulares,
ainda mesmo quando se mostrassem positivamente cruéis.
Na Grécia antiga, supúnhamos que a felicidade suprema,
além da morte, brilhasse no trono das honrarias domésticas.
Com gauleses e romanos, incas e astecas, possuíamos
figurações especiais do paraíso e, ainda ontem, acreditávamos
que o céu fosse região deleitosa, em que Deus, teologicamente
transformado em caprichoso patriarca, vivesse condecorando os
filhos oportunistas que evidenciassem mais ampla inteligência,
no campeonato da adulação.
De existência a existência, entretanto, aprendemos hoje que a
vida se espraia, triunfante, em todos os domínios universais do
sem-fim; que a matéria assume estados diversos de fluidez e
condensação; que os mundos se multiplicam infinitamente no
plano cósmico; que cada espírito permanece em determinado
momento evolutivo, e que, por isso, o céu, em essência, é um
estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
*
É por esse motivo que Allan Kardec pergunta e responde:
– Nessa imensidade ilimitada, onde está o Céu?
“Em toda parte. Nenhum contorno especial lhe traça limites.
Os mundos superiores são as últimas estações do seu caminho,
que as virtudes franqueiam e os vícios interditam.”
E foi ainda, por essa mesma razão que, prevenindo-nos para
compreender as realidades da natureza, no grande porvir,
ensinou-nos Jesus, claramente:
“O Reino de Deus está dentro de vós.”

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