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sábado, 9 de junho de 2012

Perseguidos

Perseguidos

Batido no ideal de bem fazer, desculpa e avança àfrente.
Açoitado no coração, enxuga as lágrimas e segue adiante.
A indulgência é a vitória da vítima e o olvido de todo mal é a resposta do
justo.
Acúleos despontam no corpo da haste verde, mas a rosa, em silêncio,
floresce, triunfante, por cima deles, enviando perfume ao céu.
Sombras da noite envolvem a paisagem terrestre na escuridão do nadir;
todavia, o Sol, sem palavras, expulsa as trevas, cada manhã, recuperando-a
para a alegria da luz.
Lembra-te dos perseguidos sem causa, que se refugiaram na paz da
consciência, em todas as épocas.
Sócrates bebe a cicuta que lhe impõem à boca; entretanto, ergue-se à
cuhninância da filosofia.
Estêvão morre sob pedradas, abrindo caminho a três séculos de
flagelação contra o Cristianismo nascente; contudo, faz-se o padrão do
heroísmo e da resistência dos mártires que transformam o mundo.
Gutenberg é processado como devedor relapso, mas cria a imprensa,
desfazendo o nevoeiro medieval.
Jan Hus é queimado vivo, mas imprime novos rumos à fé.
Colombo expira abandonado numa enxerga em Valladolid; no entanto,
levanta-se, para sempre, na memória da América.
Galileu, preso e humilhado, desvenda ao homem nova contemplação do
Universo.
Lutero, vilipendiado, ressuscita as letras do Evangelho.
Giordano Bruno, atravessando pavoroso suplício, traça mais altos rumos ao
pensamento.
Lincoln tomba assassinado, mas extingue o cativeiro no clima de sua
pátria.
Pasteur é ironizado pela maioria de seus contemporâneos; no entanto,
renova os métodos da ciência e converte-se em benfeitor de todos os povos.
E, ainda ontem, Gandhi cai sob golpe homicida, mas consagra o princípio
de não-violência.
Entre os perseguidores, contam-se os obsidiados, os intemperantes, os
depravados, os infelizes, os caluniadores, os calculistas e os criminosos, que
descem pelas torrentes do remorso para a necessária refundição mental nos
alambiques do tempo, mas, entre os perseguidos sem razão, enumeram-se
quase todos aqueles que lançam nova luz sobre as rotas da vida.
É por isso que Jesus, o Divino Governador da Terra, preferiu alinhar-se
entre os escarnecidos e injuriados, aceitando a morte na cruz, de maneira a
estender a glória do amor puro e a força do perdão, para que se aprimore a
Humanidade inteira.

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