O obreiro do Senhor
Cada criatura mora espiritualmente na seara a que se afeiçoa.
É assim que, se o justo arrecada prêmios da retidão, o delinqüente, em
qualquer parte, recolhe os frutos do crime.
O obreiro do Senhor, por isso mesmo, onde surja, é conhecido por traços
essenciais.
Não cogita do próprio interesse.
Não exige cooperação para fazer o bem.
Não cria problemas.
Não suspeita mal.
Não cobra tributos de gratidão.
Não arma ciladas.
Não converte o serviço em fardo insuportável nos ombros do companheiro.
Não transforma a verdade em lâmina de fogo no peito dos semelhantes.
Não reclama santidade nos outros, para ser útil.
Não fiscaliza o vintém que dá.
Não espia os erros do próximo.
Não promove o exame das consciências alheias.
Não se cansa de auxiliar.
Não faz greve por notar-se desatendido.
Não desconhece as suas fraquezas.
Não cultiva espinheiros de intolerância.
Não faz coleção de queixas.
Não perde tempo em lutas desnecessárias.
Não tem a boca untada com veneno.
Não sente cóleras sagradas.
Não ergue monumentos ao derrotismo.
Não se impacienta.
Não se exibe.
Não acusa.
Não critica.
Não se ensoberbece.
Entretanto, freqüentemente aparece na Seara Divina quem condene os
outros e iluda a si mesmo, supondo-se na posse de imaginária dominação.
O obreiro do Senhor, todavia, encarnado ou desencarnado, em qualquer
senda de educação e em qualquer campo religioso, segue à frente, ajudando e
compreendendo, perdoando e servindo, para cumprir-lhe, em tudo, a
sacrossanta Vontade.
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