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sábado, 9 de junho de 2012

Enquanto o vício se nos reflete no corpo

Alienação mental

Enquanto o vício se nos reflete no corpo, os abusos da consciência se nos
estampam na alma, segundo a modalidade de nossos desregramentos.
É assim que atravessam as cinzas da morte, em perigoso desequilíbrio da
mente, quantos se consagraram no mundo à crueldade e à injustiça, furtando a
segurança e a felicidade dos outros.
Fazedores de guerra que depravaram a confiança do povo com peçonhento
apetite de sangue e ouro, legisladores despóticos que perverteram a
autoridade, magnatas do comércio que segregaram o pão, agravando a
penúria do próximo, profissionais do direito que buscaram torturar a verdade
em proveito do crime, expoentes da usura que trancafiaram a riqueza coletiva
necessária ao progresso, artistas que venderam a sensibilidade e a cultura,
degradando os sentimentos da multidão, e homens e mulheres que trocaram o
templo do lar pelas aventuras da deserção, acabando no suicídio ou na
delinqüência, encarceram-se nos vórtices da loucura, penetrando, depois, na
vida espiritual como fantasmas de arrependimento e remorso, arrastando
consigo as telas horripilantes da culpa em que se lhes agregam os pensamentos.
E a única terapêutica de semelhantes doentes é a volta aos berços de
sombra em que, através da reencarnação redentora, ressurgem no vaso físico
— cela preciosa de tratamento —, na condição de crianças-problemas em
dolorosas perturbações.
Todos vós, desse modo, que recebestes no lar anjos tristes, no eclipse da
razão, conchegai-os com paciência e ternura, porqüanto são, quase sempre,
laços enfermos de nosso próprio passado, inteligências que decerto auxiliamos
irrefletidamente a perder e que, hoje, retornam à concha de nossos braços,
esmolando entendimento e carinho, para que se refaçam, na clausura da
inibição e da idiotia, para a bênção da liberdade e para a glória da luz

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