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quinta-feira, 7 de junho de 2012






Ante os Espíritos puros


Mentalizas a natureza divina dos espíritos puros e queres
partilhar-lhes o banquete de luz.
Sonhas trajar-te de esplendor e esparzir sobre os homens os
dons infinitos da bondade celeste.
Entretanto, ai de nós! Espíritos vinculados ainda à Terra,
somos, por enquanto, consciências endividadas, a entrechocarnos
na sombra de débitos clamorosos, compelidos ao barro das
próprias imperfeições.
*
Apesar disso, porém, é possível começar, desde logo, a
escalada ao fulgor dos cimos.
Não podes, hoje, erguer as mãos, sustando o curso da
tempestade; contudo, guardas contigo os meios de asserenar a
procela de dor que zurze o coração dos companheiros em
sofrimento.
É impossível, de um instante para outro, transmitir para o
mundo as mensagens divinatórias das supremas revelações; no
entanto, bastará leve esforço e acenderás o alfabeto em muitos
cérebros que tateiam na noite da ignorância.
Diligenciarias debalde, agora, materializar os entes sublimes
da Esfera Superior, ante os olhos terrestres; todavia, nada te
impede de concretizar o caldo reconfortante para os doentes
abandonados que esmorecem de fome.
Na atualidade, resultaria infrutífero qualquer empreendimento
de tua parte, no sentido de alimpar o próximo verminado de
chagas, pronunciando simples ordem verbal; contudo, ninguém
te furta o ensejo de alentar-lhe a esperança ou lavar-lhe as
feridas.
Em vão buscarias, à pressa, renovar milagrosamente o ânimo
envenenado de entidades embrutecidas, transformadas em
obsessores intransigentes; no entanto, consegues aliviar, em
bálsamos de oração e de amor, a mente desorientada, fronteiriça
à loucura.
*
Reflete nos Mensageiros Divinos, respeita-lhes a missão e
roga-lhes apoio, na caminhada, mas não tentes obter de
improviso as responsabilidades que lhes pesam nos ombros.
Não reclames para teus braços o serviço do sol.
Cumpre os deveres que te competem.
Para isso, não te digas cansado, nem te proclames inútil.
O verme, infinitamente distante do pensamento que te coroa,
é o servo esquecido que aduba a terra, para que a terra te forneça
o pão.

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