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quinta-feira, 7 de junho de 2012






Sentenciados


Sentenciados, sim!
A vida, porém, não nos suplicia pelo prazer de atormentar.
À face de nossa destinação à suprema felicidade, todos
estamos intimados ao bem, impelidos ao progresso, endereçados
à educação e policiados pela justiça.
Jesus, o Divino Penalogista, exortou-nos, convincente:
“Perdoa não sete vezes, mas setenta vezes sete.”
É que o mal expressa grave desequilíbrio naquele que o
pratica.
Comparados às moléstias do corpo, a dor moral de haver
ferido alguém é o abcesso reclamando dreno adequado; o vício é
a fístula corruptora, esperando remoção da causa que a produz, e
a delinqüência é o tumor de caráter maligno, comprometendo a
estrutura orgânica, em prenúncio de morte.
Esposar revolta e vingança seria expor o próprio sangue a
infecções perigosas, entrando, voluntariamente, nas faixas
destrutivas da enfermidade.
Tolerância e perdão, por isso, constituem profilaxia e
imunização infalíveis.
*
Diz Allan Kardec: “Às penas que o espírito experimenta na
vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são
conseqüentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mal
uso de suas faculdades e à expiação de presentes e passadas
faltas.”.
Esparze, desse modo, as vibrações confortativas da prece
sobre todo aquele que caiu no logro do mal.
O caluniador está sentenciado à repressão da própria língua, o
desertor está sentenciado à frustração que marcou a si mesmo, o
ingrato está sentenciado ao arrependimento tardio, o ofensor está
sentenciado ao ferrete da consciência, o criminoso está
sentenciado a carregar consigo o padecimento das próprias
vítimas.
Além disso, cada conta exige resgate proporcional aos débitos
assumidos, com o remorso de quebra.
Assim, pois, à frente do irmão que te golpeia, recolhe-te em
silêncio e esquece todo o mal. Não precisas indicá-lo a esse ou
aquele castigo, perante a barra dos tribunais, porque o maior
sistema de punição já está dentro dele.

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