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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Jesus e os outros




A Humanidade vive uma profunda crise ética.

As notícias publicadas nos mais diversos veículos de comunicação são desanimadoras.

A um olhar superficial, parece que o mal leva a palma do mundo.

A política afunda na corrupção.

A violência campeia solta pela sociedade.

A falta de pudor se afigura o signo das novas gerações.

A esperteza obtém mais resultados do que a lealdade.

A sonegação de tributos chega a ser apontada como legítima defesa.

Ante tanta sujeira e deslealdade, ser honesto parece algo exótico.

O homem menos refletido pode se perguntar:

“Compensa ser correto?

Em um mundo desonesto e envilecido, não seria melhor também tirar vantagem?”

Para ponderar sobre a questão, convém recordar as lições do Cristo.

Em determinada passagem do Evangelho, Pedro indaga ao Mestre a respeito do destino e das tarefas de outro discípulo.

Jesus, de forma bem significativa, responde:

“Que te importa a ti? Segue-Me tu.”

A lição é clara. Cada qual somente é responsável por bem desempenhar seu papel no mundo.

Evidentemente, devemos nos auxiliar uns aos outros. Afinal, o Messias exortou-nos ao amor recíproco.

Contudo, cada um vive o seu momento peculiar.

Do mesmo modo que não é possível colher frutos antes do tempo, um homem não pode apresentar virtudes que ainda não desenvolveu.

Mas, a criatura comprometida com os valores cristãos, não pode utilizar a venalidade alheia como desculpa.

Quem já se conscientizou da importância da honestidade, tem o dever de ser estritamente leal, até às últimas conseqüências.

Jesus afirmou que a cada um será dado segundo suas obras.

Assim, não importa que os outros vivam iludidos. O compromisso do cristão é com a própria consciência.

A dignidade é uma recompensa em si mesma. Por incitar ao cumprimento dos deveres, ela propicia a paz íntima duradoura. Um tesouro que ninguém pode roubar.

Você não é responsável pelo mundo, mas responde por todos os seus atos.

O seu viver digno e ético certamente contribuirá para a construção de uma sociedade melhor.

Por outro lado, de que lhe adiantaria tentar viver adaptado a um mundo corrupto?

Você já anseia por outros valores.

A falta de pudor e de comedimento, de dignidade e de brios não mais combinam com você.

Além disso, ao final de sua vida, você certamente se arrependeria de não ter sido fiel aos seus mais puros anseios.

Viva, pois, com dignidade.

Ante a desonestidade e a indignidade, ofereça seu viver ilibado.

Preserve a pureza de seus atos, independentemente do que façam os outros.

Uma das virtudes a serem adquiridas pelo Espírito em sua jornada pela eternidade é a tolerância.

E onde é possível ser tolerante, senão no meio da ignorância?

Entre Espíritos puros, você não teria ensejo de conquistar essa qualidade.

Assim, considere a sua vida na Terra como uma luminosa oportunidade.

Conviva tranqüilamente entre os corruptos, sem se deixar iludir pela corrupção, sabendo que apenas lobos caem em armadilhas para lobos.

Perceba e tenha piedade dos erros alheios.

Mas, lembre que seu compromisso é com as Leis Divinas e com sua própria consciência.

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